terça-feira 6 de Julho de 2010, por Terezinha Vicente
Reconhecida a vitória da oposição, desde ontem, pelo candidato do PRI em Oaxaca, Eviel Pérez, esse partido segue dizendo que seu avanço foi contundente. Entretanto, as vitórias da oposição nos estados de Oaxaca e de Puebla, principalmente, representam derrotas fundamentais do partido no poder há 80 anos por aqui, pois são dois dos estados mais pobres, onde o povo é oprimido com violência, e, por isso mesmo, sua organização e resistência desenvolveu características de um verdadeiro poder popular.
Entretanto, a aliança feita pelos partidos de oposiçao para derrotar o PRI é muito ampla, além da posse se dar apenas em dezembro próximo. Sabemos também que a alternância de poder apenas não significa que se vão realizar as mudanças almejadas pelo povo. "As pessoas que votaram pelo PRI continuarão a viver aqui", nos diz Rafael Morales, professor da Universidade Autônoma de México e membro da Comissão. "Não vão abrir mão de seus interesses com facilidade, é preciso mudar a constituição que é dos anos 30 e dá muito poder ao Estado". Ou como nos lembra Maria Dolores Villagomes Diaz, de Educa, "temos a experiência da alternância de poder no Governo Federal, que não gerou mudanças democráticas, nem melhores condições de vida para o povo".
Por outro lado, o aprendizado do povo nestes anos todos e seu envolvimento com a vigilância de todo o processo eleitoral, há fortalecido e ampliado sua organização, e dizem todos que não aceitarão um governo que não os escute, há que governar com eles. "Os tambores das organizações sociais estão soando", disse Martin Velasquez, da organização social Comcausa e também da comissão. "A partir de julho começam as organizações sociais do movimento popular a reunir-se para retomar suas formas próprias de luta. Exigimos que se restabeleça o estado de direito e a justiça!".
Fonte:Ciranda Brasil
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