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quarta-feira, 7 de julho de 2010

PM reprime greve dos funcionários do Judiciário de SP

Os funcionários em greve há 71 dias tinham realizado uma assembléia na praça João Mendes, região central de São Paulo, decidindo manter a paralisação até o dia 14 de julho. Para justificar o uso da força, os policiais alegaram que os grevistas estavam tentando impedir a passagem de pessoas para dentro do Fórum João Mendes. A Associação dos Oficiais de Justiça de São Paulo (Aojesp) protestou contra o uso de balas de borracha e spray de pimenta. A presidente da associação, Yvone Moreira, foi levada para o hospital com ferimentos no seio e nos olhos.

Redação

A Polícia Militar do Estado de São Paulo reprimiu hoje, com spray de pimenta e balas de borracha, uma manifestação dos funcionários do Judiciário paulista, realizada na praça João Mendes, região central de São Paulo. Os funcionários em greve tinham realizado uma assembléia na praça decidindo manter a paralisação até o dia 14 de julho. Para justificar o uso da força, os policiais alegaram que os grevistas estavam tentando impedir a passagem de pessoas para dentro do Fórum João Mendes.

A Associação dos Oficiais de Justiça de São Paulo (Aojesp) protestou contra o uso de balas de borracha e spray de pimenta. Segundo a assessoria de imprensa da entidade, a presidente da associação, Yvone Moreira, foi levada para um hospital após ser atingida no seio por um artefato e nos olhos por estilhaços de vidros.

Os funcionários do Judiciário estão em greve há 71 dias e pedem uma reposição salarial de 20,16%, além da suspensão da Resolução 520, que permite que os dias parados sejam descontados do salário dos grevistas.

Eles reclamam da disparidade salarial em relação aos servidores da Justiça Federal. Na Justiça estadual de SP, assinala a Aojesp, um auxiliar judiciário, quase no final de carreira, recebe R$ 2.495,84, enquanto o mesmo auxiliar judiciário na Justiça federal ganha R$ 3.793,69. Na Justiça estadual, diz ainda a entidade, um Oficial de Justiça, quase em fim de carreira, recebe R$ 4.149,18, enquanto que na Justiça federal, ele recebe R$ 10.883,07 pelo cargo equivalente.

Fonte:Carta Maior

Um comentário:

Anônimo disse...

Ingressei no Tribunal de Justiça de São Paulo em 1999, quando então o salário mínimo era R$ 136,00 e hoje está em R$ 510,00 (aumento real de 300%). Os magistrados paulistas ganhavam em torno de R$ 6.000,00, valor pago aos pobres delegados ainda hoje. A magistratura ganha atualmente em torno de R$ 24.000,00 (300% de aumento real). Os funcionários “normais” do judiciário paulista não recebem sequer a reposição inflacionária (20%) que estão sendo pleiteados na greve, bem como não tem um plano de saúde (apenas o sucateado IAMSPE e HOSPITAL DO SERVIDOR PUBLICO), o vale refeição e transporte é irrisório – simbólico mesmo. Somos tratados com total desrespeito: há desvios de função, falta de equipamentos de escritório (eu mesmo fui obrigado a erguer minha mesa com pedaços de tocos de madeiras, devido as freqüentes dores nas costas). Fazemos despachos para juízes (atribuição deles em lei) e para muitos temos até que abrir o processo (atribuição deles humana–é bom para exercitar os musculos) para que eles assinem (se recusam a abrir processos– acho que para eles deve ser muito humilhante esta prática). O orçamento destinado ao pagamento de funcionários é todo gasto com a cúpula mesmo, tanto é que se recusam em separar a folha de pagamento deles da dos funcionários “normais”, como já proposto pelos sindicatos. Nós funcionários estamos endividados, e recorremos aos bancos estatais para efetuarmos empréstimos. Resumindo, o governo ganha quando não paga e ganha quando empresta a juros “mais baixos” . Bonzinhos eles, não?? E a quem recorrer? Só se for a Deus mesmo. Se fazemos greves, somos agredidos, temos os dias descontados e não temos direito algum (medidas arbitrárias e inconstitucionais, pois todos tem o direito a recorrer ao uso da greve), pois somos julgados por aqueles que são partes interessadas no processo. A justiça do Trabalho diz que não tem competência para nos julgar e assim somos julgados por aqueles que nos exploram. Falar em CNJ –Conselho Nacional de Justiça é outra piada. De que é formado este Conselho, não é de Juízes e Desembargadores em sua maioria. De que lado eles ficarão? Oh Deus, só procurando outro trabalho mesmo, como muitos tem feito.