Infância Urgente

terça-feira, 28 de julho de 2009

Um comentário:

Cremilda Estella Teixeira disse...

CHAMPINHA NÃO TERIA MATADO SE A ESCOLA NÃO TIVESSE FALHADO…A declaração de uma professora da escola onde o Champinha estudou (dos sete aos onze anos, quando foi expulso) foi mais ou menos assim e saiu na Globo em 2003:
“ELE ERA UM MENINO ESTRANHO, ARREDIO, CALADO. CHEGOU NA ESCOLA COM SETE ANOS E FICAVA NUM CANTO. FOI FICANDO MAIS DIFÍCIL E, AOS ONZE ANOS, PAROU DE FREQUENTAR A ESCOLA”
Tornou-se um aluno alvo de chacota dos outros alunos; e foi se tornando cada vez mais agressivo. Claro, com certeza, para se defender ele agredia e a culpa era sempre dele. Isso é o cotidiano das escolas e o modo com que ela lida com alunos difíceis ou com problemas. As escolas públicas jogam estes alunos na rua e pronto.
De família sem recursos, sem instruçao e nem conhecimento, que a escola chamava com frequência e pressionava mas não tomava nenhuma medida para ajudar de fato.Escola não está preocupada com alunos ditos normais, imagina se vai ajudar um diferente…
Jogaram o Champinha na rua aos onze anos, analfabeto, e com dezesseis ele ficou tristemente famoso por matar um casal de jovens da classe média…
O crime aconteceu em 2003 e é comentado até hoje.
Nas pesquisas, apenas um por cento dos crimes violentos são cometidos por menores de idade.
De 2003 para cá, centenas de alunos rebeldes ou difíceis são jogados para fora da escola, para a cadeia ou mortos. Será que não estão formando centenas de “champinhas”???
A imprensa pedófoba e outros que não gostam das crianças usam até hoje o caso do “champinha” para promover campanhas para o REBAIXAMENTO DA IDADE PENAL.
Pobre país onde as crianças pobres são tratadas como estorvo dentro das escolas públicas.
Pobre país onde os professores, mesmo recebendo um salário muito acima da média, não são cobrados.
Pobre país onde a escola prioriza o professor e trata aluno como problema.
Pais onde para ser professor a vocação não conta. Só conta seu possível parentesco com algum figurão, que pode ser de deputado, vereador ou ser muito influente.
Vivemos em um pais onde se dá o poder absoluto para a categoria dos professores, numa situação de corrupção e impunidade.
Alguns educadores (professores conscientes), assim como os pais e alunos, estão desesperados com o rumo que a escola pública tomou.
Imagina quantos “champinhas” anônimos e cujo único crime é ser pobre ou ter alguma problema neurológico ou mental… alunos pobres que são jogados pela escola na vala comum de algum cemitério ou cadeia pública.
Se considerarmos isso, vamos perceber que o Brasil é uma pátria nada gentil com seus filhos em fase peculiar de desenvolvimento.
Resta ainda a alegria de ver que com toda diversidade, com todos contra eles, nossas crianças e jovens ainda são a nossa esperança.