Infância Urgente

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Emerj discute a negatividade dos meios eletrônicos na Educação de crianças e adolescentes

"Os jogos violentos têm aumentado a agressividade de crianças e adolescentes. A TV tem trazido problemas sérios de falta de atenção e hiperatividade. E os computadores não deveriam ser utilizados por jovens antes dos 14 anos pois prejudica o pensamento abstrato. A idade ideal seria entre 16 e 17 anos, mas sei que isto é uma utopia". Estas afirmações são do professor de Ciências da Computação da Universidade de São Paulo (USP), professor Valdemar W. Setzer, que participou de palestra na Escola da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (Emerj), sobre "O Impacto dos Meios Eletrônicos na Educação de Crianças e Adolescentes: TV, jogos eletrônicos, computador e internet".

Ele comentou que hoje em dia as crianças não estão podendo ser infantis porque o acesso à elas está sendo negado. "E isto prejudica a imaginação, a criatividade e a memória delas", alertou. Segundo ele, pesquisa recente sobre a influência do computador na aprendizagem brasileira mostrou que caiu o nível de aprendizado dos alunos que mais o utilizam. "O computador preenche de maneira mecânica, e não humana. Acelerar a intelectualidade da criança é muito prejudicial", enfatiza Setzer, que tem publicações sobre o tema.

Para ele, a televisão força um estado de sonolência, semi-hipnótico, no telespectador, existindo aí, um contraponto em relação à leitura. "A TV prejudica a capacidade de pensar. A imagem já vem pronta e não há muito o que imaginar. Como conseqüência, o pensamento fica abafado. Quando se lê um romance, é diferente, pois precisamos imaginar os personagens, o ambiente e tudo o mais. E é isto que devemos incentivar nas nossas crianças e adolescentes", afirmou.

Quanto aos joguinhos eletrônicos, o professor da USP disse que eles são ainda piores, pois condicionam não apenas pela gravação das imagens no subconsciente, mas pelo treino de ações, com sérias conseqüências futuras no aprendizado.

O evento fez parte do Fórum Permanente da Criança, do Adolescente e da Justiça Terapêutica da Emerj, que tem como presidente a juíza Ivone Ferreira Caetano, titular da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso do Rio. A mediadora dos debates foi a doutora em Lingüistica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Maria Teresa Tedesco Vilardo Abreu.

Mais informações sobre os assuntos acima, podem ser vistas no site www.ime.usp.br.

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