Mais de 600 pessoas em situação de rua saíram em marcha da Catedral de Brasília em direção ao Senado por volta das 10h da terça-feira (24). A manifestação é resultado da segunda marcha organizada pelo Movimento Nacional da População de Rua (MNPR) para denunciar o aumento da violência nas cidades brasileiras cometida contra os moradores de rua.
A Política Nacional para a Inclusão Social da População em situação de Rua existe desde 2006. No último ano, o presidente Lula assinou um outro decreto que previa a criação de centros nacionais de referência em direitos humanos. Mas, segundo Samuel Rodrigues, integrante do Movimento Nacional da População de Rua, as resoluções ainda não saíram do papel.
“Acho que ela é um grande documento, um grande instrumento, mas precisamos continuar na luta. Política habitacional é uma política muito necessária para a população de rua, [assim como] a melhoria da política de Saúde, sem contar a segurança pública [porque] a gente sabe que a violência tem se acirrado bastante contra a população de rua.”
De acordo com Samuel, desde o ano 2000 a população de rua está se organizando em fóruns e manifestações. A proximidade dos megaeventos da Copa do Mundo e das Olimpíadas alertou o Movimento para a necessidade das manifestações. A população já sente o aumento da violência causada por meio das chamadas “operações limpeza”. Entre outras ações, esse tipo de operação inclui atirar jatos d’água para dispersar a população vive na rua.
A marcha nacional agregou manifestantes de Porto Alegre, Curitiba, Londrina, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo, Belo Horizonte e Fortaleza e teve apoio de pastorais e centrais sindicais.
De São Paulo, da Radioagência
24/08/10
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