Infância Urgente

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Fernandopólis , violador dos direitos das crianças e dos adolescentes e a democracia

Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada...............?
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.

Vladimir Maiakovski


Esse poema de Maiakovski, nos alertava para os tempos de intolerância, como ele vai sendo construído aos poucos e quando percebemos ele já tomou o nosso cotidiano.

É assim, que me sinto em relação a Fernandopólis, uma cidade do noroeste de São Paulo, que tem ferido a Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente permanentemente, alegando está protegendo-os deles mesmos, mas para isso a necessidade de violar os seus direitos mais elementares como o de ir e vir, bem como a reivindicação de uma pessoa como o grande guardião dessa "nova" ordem, realmente me deixa bastante assustado.

Causa-me espécie ainda, que o próprio poder judiciário nada tenha feita e se torne ele mesmo conivente com toda essa violação do estado de direitos que hoje ocorre, em um regime dito democrático.

Se não entendermos as sentenças do poeta russo já e tomarmos providências para que essas noites tenebrosas não volte mais a rondar a nossa sociedade, estaremos condenados a não poder falar mais nada.


Do Jornal Cruzeiro do Sul

Quatro cidades instituem toque de recolher


Alunos flagrados nas ruas nos horários de aulas serão reconduzidos às escolas em quatro cidades do noroeste paulista. Para evitar que os alunos fiquem sem estudar e acabem se envolvendo com o crime, o toque escolar passou a vigorar nesta terça-feira (10) em Fernandópolis, Pedranópolis, Macedônia e Meridiano. Pais ou responsáveis poderão ser multados em até R$ 8 mil.

Uma equipe formada por policiais civis e militares, além de integrantes do Conselho Tutelar, abordará menores em bares, lanchonetes e lan houses. "Principalmente lan houses, que é o que mais verificamos. Nada de força na abordagem, a equipe vai querer saber por que o aluno está fora da sala de aula. O diretor da escola assinará um termo de responsabilidade", explica o juiz Evandro Pelarin, de 38 anos, que determinou a medida.

Ele é juiz titular da Vara da Infância e Juventude do Fórum de Fernandópolis, onde há 24 escolas municipais, com 5.487 estudantes, 14 estaduais e oito particulares. Se o estudante for reincidente, os pais ou responsáveis poderão pagar multas pesadas. "A multa mínima é de aproximadamente R$ 1,2 mil, a máxima se aproxima de R$ 8 mil. Os pais serão chamados", avisa o magistrado, lembrando que o toque escolar já vigora na cidade de Santo Estevão, na Bahia.

O juiz lembra também do abuso que ocorreu na Escola Saturnino Leon Arroyo, em Fernandópolis. "Dos 800 alunos flagramos 31 nas ruas nos horários de aulas", conta para justificar a implantação do toque escolar. Além do toque escolar, o toque de recolher também funciona em Fernandópolis, com resultados positivos. "Antes do toque de recolher havia de 40 a 50 adolescentes envolvidos com o crime, hoje encontramos, no máximo, dois ou três. Reduzimos o número de crimes envolvendo menores", contabiliza Pelarin, completando que perdeu "a conta de pais multados". (Sandro Villar - AE)

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