Em dezembro de 2008, lembramos os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Lembramos também, hoje, dia 15, um ano da morte de Carlos Rodrigues Junior, o caso que chocou Bauru, o Brasil e o mundo.
A morte sob tortura de Carlos, 15 anos, teve imensa repercussão nacional e internacional. À época, o governador do Estado declarou que se tratava de uma “brutalidade inaceitável”. O Ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vanucchi, citou o caso em um artigo publicado na Folha de São Paulo. Parlamentares das Comissões de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e da Assembléia Legislativa vieram a Bauru logo após o ocorrido para apurar os fatos.
O caso consta no relatório de 2008 da Anistia Internacional e recentemente foi lembrado no Programa Roda Viva, da TV Cultura, que em sua última edição discutiu a temática dos Direitos Humanos.
Nessa semana, André Petry denuncia em sua coluna na Revista VEJA a impunidade flagrante um ano após a morte do adolescente. Ele lembra que a indenização prometida pelo governador de São Paulo ainda não foi paga à família e que os envolvidos aguardam julgamento em liberdade e continuam integrando os quadros da Polícia Militar.
Um ano depois, são muitas as reflexões que esse trágico acontecimento nos suscita. Talvez mais grave que o próprio episódio de tortura e morte de um adolescente de 15 anos em nossa cidade, seja o fato de que alguns setores da sociedade bauruense e brasileira reajam ao ocorrido com uma atitude de banalização ou mesmo – pasmem! – de aprovação.
Nada justifica a tortura. Portanto, quem banaliza e aprova a morte desse adolescente, banaliza e aprova a barbárie. Se a sociedade aprova e banaliza a barbárie, estão dadas as condições para que ela se perpetue e se aprofunde.
Em um ano no Brasil, 46.329 jovens foram mortos, em sua grande maioria pobres e negros. Já tivemos em nossa cidade dois casos emblemáticos da violência contra a juventude brasileira: Carlos Rodrigues Junior, 15 anos, e Jorge Luis Lourenço (o Jorginho), 22. Já passa da hora de nos posicionarmos radicalmente contra a violação dos direitos de nossa juventude.
Por isso, nós do Grupo contra a Violência e Violação de Direitos Humanos realizaremos nesta terça-feira, 16 de dezembro, uma caminhada no Calçadão da Batista, saindo da quadra 1 às 20:00h em direção à Praça Rui Barbosa. Convidamos toda a população a participar conosco de mais esse ato público pelo fim da violência.
O texto é de autoria do Grupo contra a Violência e Violação de Direitos Humanos de Bauru: http://gvvdh.blogspot.com.
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