Investigação in loco
Suspeita na Fundação Casa Juiz da Vara da Infância e Juventude visita hoje unidades em Ribeirão para ouvir jovens sobre agressão
GABRIELA YAMADA
Gazeta de Ribeirão
gabriela.yamada@gazetaderibeirao.com.br
O juiz da Vara da Infância e Juventude de Ribeirão Preto, Paulo César Gentile, deve conversar hoje com todos os adolescentes das três unidades da Fundação Casa (ex-Febem) em Ribeirão durante correição a respeito de uma denúncia, feita por funcionários da instituição, de agressões físicas e psicológicas que supostamente ocorreram na noite de segunda-feira na Unidade de Internação (UI) Rio Pardo. A denúncia é apurada pelo Ministério Público (MP) e também pela Corregedoria da fundação.
Em e-mail recebido pela reportagem anteontem, um funcionário afirmou que, por volta de 19h de segunda-feira, os adolescentes alojados no Módulo I foram espancados, pisoteados e humilhados. Segundo a denúncia, as supostas agressões ocorreram após os funcionários das áreas técnica e administrativa irem embora. Os adolescentes teriam sido agredidos porque “estavam respondendo demais”, segundo o funcionário.
A denúncia também foi feita ao Conselho Tutelar 3, que anteontem esteve na fundação para fazer uma fiscalização. Até o final da tarde de ontem o relatório, que deverá ser entregue ao MP, não estava pronto.
O diretor regional da Fundação Casa, Roberto Damásio, afirmou que houve um ato de indisciplina por parte dos internos. Segundo ele, quatro adolescentes induziram os demais a um tumulto durante uma revista, procedimento realizado toda semana. “Os funcionários tiveram de fazer o uso de força moderada para conter os internos”, afirmou.
Ele afirmou que os adolescentes e funcionários envolvidos passaram por exame de corpo de delito. A fundação fez um relatório circunstanciado e registrou boletim de ocorrência.
Unidade já é alvo de denúncia
Adolescentes da Unidade Rio Pardo foram alvos de espancamento em julho de 2003, segundo uma denúncia feita pelo Ministério Público à Justiça em outubro. O MP denunciou 43 funcionários pelo crime de tortura por três violentas intervenções que ocorreram também nas unidades Ouro Verde e Ribeirão Preto. O atual diretor da Unidade Rio Pardo, Carlos Henrique Caligioni, foi um dos funcionários denunciados. Segundo a assessoria de imprensa da fundação, na época foi aberta uma sindicância interna que não apontou a participação de Caligioni nas agressões. A fundação solicitou uma cópia do processo e analisa a necessidade de nova sindicância. (GY)
fonte: http://www.gazetaderibeirao.com.br/conteudo/mostra_noticia.asp?noticia=1612155&area=92020&authent=76678BE9830650CFDE807213BFE9C4
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