No ano de 2002, durante a Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas, chefes de estados e diversas outras autoridades reuniram-se para criar um plano de ação que pudesse melhorar a vida de crianças de todo o mundo. Educação de qualidade, vida saudável, combate ao HIV/Aids e proteção contra exploração, abusos e violência eram os principais objetivos do plano "Um mundo para as crianças". Como resultado da sessão foi criado o Movimento Global pela Criança.
Oito anos após sua criação, o Movimento, em parceria com o povo haitiano está unindo esforços para transformar a vida das crianças e adolescentes do país, que foi devastado por um terremoto de magnitude 7,3 na escala Richter, no último dia 12 de janeiro. O objetivo das ações é assegurar que o público infanto-juvenil seja prioridade absoluta tanto nas ações de urgência quanto nas de longo prazo, relacionadas à reconstrução do país.
A união de forças nacionais e internacionais pretende gerar um Haiti em que as crianças e os adolescentes, sobretudo os de classes menos favorecidas, tenham seus direitos humanos assegurados e defendidos. Há a preocupação de que a esta parcela da população seja garantido um futuro com possibilidades de estudar, de se desenvolver e de protagonizar sua própria vida.
A edificação de "Um Haiti para as crianças e os adolescentes" será concretizada por meio da constituição de parcerias e de consensos entre Estado, membros de organizações da sociedade civil e do setor privado. A comunidade internacional também terá papel fundamental na realização das ações conjuntas.
A concretização dos objetivos demandará um trabalho intenso, visto a crítica situação do pai mesmo antes do terremoto. Atualmente, crianças e adolescentes constituem 43% da população do Haiti. Os jovens com idade entre 15 e 24 anos somam um quinto. 50% das crianças não frequentava o ensino fundamental antes do terremoto e menos de 25% frequentava a educação infantil.
Para transformar este quadro, a prioridade será o desenvolvimento de um sistema de ensino "gratuito, inclusivo, de alta qualidade, que garanta oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento desde a primeira infância até a adolescência".
Outra situação grave que se apresenta há anos no Haiti é a pobreza quase que generalizada. Segundo o Movimento Global, de cada dez crianças mais de quatro viviam na pobreza extrema. Sete de cada dez são privadas de alimento, saúde, educação, água potável saneamento, abrigo ou informação. Uma em cada sete crianças morre antes de completar cinco anos e cerca de 10% a 22% das que sobrevivem são afetadas por desnutrição aguda e crônica.
Crianças e adolescentes haitianos também convivem com a gravidez precoce, violência sexual, abusos e falta de serviços de saúde. Por este motivo, deverá ser garantido o acesso universal aos cuidados básicos de saúde para a família, inclusive nutrição materno-infantil, saúde sexual e reprodutiva e proteção contra HIV/Aids, já que o uso de contraceptivo no país é o menor do hemisfério ocidental. O sistema de proteção à infância também será fortalecido para atender de forma especializada crianças e adolescentes, sobretudo os mais afetados pelo terremoto.
Outras iniciativas significativas estão relacionadas ao investimento na segurança financeira das famílias mais pobres, apoio para que a população atingida pelo terremoto possa reconstruir suas comunidades e fortalecimento da estrutura social.
Entre as ações fundamentais da grande mobilização para transformar o Haiti em uma nação melhor e mais acolhedora para as crianças e adolescentes, está o desafio de assegurar que a população infanto-juvenil possa ser protagonista da "reconstrução do presente e do futuro do Haiti".
Fonte:http://www.guiaglobal.com.br/noticia-criancas_e_adolescentes_serao_prioridade_durante_reconstrucao_do_pais-4124
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