Infância Urgente

quinta-feira, 11 de março de 2010

Manifesto em luta para a Saúde

Se 2009 foi um ano de aprofundamentos na privatização da saúde em todo estado de São Paulo. 2010 será o ano da resistência de milhares de lutadores e lutadoras e da afirmação de um sistema único e público de saúde.

Defender a saúde é lutar pela vida. Profissionais e usuários do SUS sabem que a privatização, nas suas formas escancarada ou a miúde, não significou nenhuma melhora na oferta de serviço tampouco em condições de trabalho mais dignas. O capitalismo, na sua defesa do lucro e do consumo desenfreado, não deu respostas as necessidades e demandas da maioria da população. O desenvolvimento de tecnologias e remédios que poderiam salvar vidas deu lugar a produção de mercadorias que respondem a medos criados pela própria indústria do medicamento, fazendo sofrer a maioria da população mundial. É como se algumas vidas valessem mais que outras e umas outras não valessem nada. As mortes evitáveis na saúde é um genocídio que o capitalismo não pode evitar. Então a luta por uma saúde única e pública não é apenas uma forma de sobrevivência daqueles que dela dependem diretamente, mas também é uma forma de enfrentarmos o sistema que aproveita de tudo que é desumano.

Durante o fracasso de todos os governantes em dar respostas a destruição do planeta na recente Conferência do Clima em Copenhague, os representantes de todo o mundo falaram em responsabilidade histórica dos países ricos e emergentes diante do aquecimento global. Entretanto, esquecem-se de perguntar por onde andam as elites, essas sim responsáveis pela miséria, pelas epidemias, pelo desamparo frente as enchentes, pela anarquia do financiamento e pela desassistência na saúde.

Neste ano novo de problemas velhos, desejamos a todos coragem e rebeldia, para colocar diante da nação os interesses de trabalhadores e usuários do Sistema Único de Saúde. Interesses estes que não são os mesmos das elites que se apóiam no SUS para a produção de vantagens e lucros para os grandes conglomerados hospitalares que agora se denominam Organizações Sociais OS do governo Serra, assim como as Fundações Estatais de Direito Privado do governo Federal.

Resistir também significa construir um levante. Nesse sentido, o Fórum Popular de Saúde do Estado de São Paulo chama unidade das lutas do estado, com calendário e pauta conjunta, dialogando com a pluralidade de movimentos e formas de organização típicas da saúde, mas unindo forças para junto com a população denunciar as consequências de anos desta política de entrega do público e de submissão. Propomos de imediato o encontro de todos os interessados nessa luta e a organização cotidiana em comitês ou outras formas organizativas que possibilite uma participação ampla de todos aqueles que constatam a precarização do trabalho e suas patólogicas consequências.

Por isso, defendemos:
- Contra a privatização da saúde: não às Oss e Fundações Estatais de Direito Privado! Defendemos que se dobre as verbas da saúde, financiamento esse capaz de reverter o modelo de privatização em um SUS 100% público e estatal
- Reunião para organizar esta luta conjunta no dia 11 de março

Entidades que assinam este manifesto:

Conlutas
Intersindical
Pastoral Operária
MTST
Uneafro
DCE – USP
UMPS – União dos Movimentos Populares de Saúde
Associação dos trabalhadores do Hospital Brigadeiro
Movimento de Saúde de Osasco
Sinsprev
PSTU
PSOL
Mandato do deputado estadual Raul Marcelo (PSOL)
Mandato do deputado federal Ivan Valente (PSOL)
Mandato do deputado estadual Carlos Gianazzi (PSOL)

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