Da Redação
Em São Paulo
Os estudantes da USP (Universidade de São Paulo) decidiram, em assembleia realizada na noite desta segunda-feira (15), manter a greve iniciada no dia 5 de junho. De acordo com Vinícius Zaparoli, integrante do DCE (Diretório Central dos Estudantes), cerca de 800 universitários compareceram à reunião em frente à reitoria da USP.
"Queremos a saída da PM [Polícia Militar], a saída da Suely Vilela [reitora da USP], eleições diretas para reitor e a redemocratização da estrutura de poder da universidade", afirma o estudante. Nesta segunda (15), a assessoria de imprensa da USP divulgou um manifesto de apoio de diretores à dirigente da universidade.
Os universitários também votaram pela realização de um ato no Masp (Museu de Arte de São Paulo), na avenida Paulista, que deverá acontecer nesta quinta-feira (18). A previsão é que os manifestantes se reúnam a partir das 12h na avenida e que saiam em passeata até o Largo de São Francisco, no centro histórico da capital.
"Devem estar presentes estudantes, funcionários e professores das três universidades paulistas, centrais sindicais, partidos políticos e universidades de todo o país", diz Zaparoli.
Professores e funcionários mantêm greve
Os professores e funcionários da USP também decidiram manter a greve. Os manifestantes exigem a saída da PM (Polícia Militar) do campus, a renúncia da reitora Suely Vilela e a reabertura das negociações com o Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas).
Nesta segunda, os reitores da USP, Unesp (Universidade Estadual Paulista) e da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) afirmaram que pretendem reabrir negociações com os manifestantes.
As reivindicações salariais incluem 6% de reajuste, 10% de reposição por perdas históricas e parcela fixa de R$ 200.
Reintegração de Brandão
Nesta segunda-feira (15), a reitoria recebeu também uma liminar para reintegrar o ex-funcionário Claudionor Brandão ao quadro de trabalhadores da instituição. No entanto, a liminar foi derrubada ainda no fim da tarde. A readmissão de Brandão era uma das outras reivindicações da pauta unificada da greve.
Brandão foi demitido em dezembro de 2008, após processo administrativo iniciado em 2005. Desde 1987, trabalhava na antiga prefeitura da universidade, reparando e instalando aparelhos de ar condicionado.
Em reportagem da Folha de S.Paulo, o funcionário disse que foi acusado de "ter invadido uma biblioteca, ameaçado as pessoas e colocado em risco o acervo". Na ocasião, entrou na biblioteca da FAU (Faculdade de Arquitetura) com mais 50 funcionários, para levar os servidores do local para um piquete.
Após esse episódio, Brandão foi preso por reincidência: em outubro de 2008, ele havia sido condenado a 20 dias de suspensão por outro processo administrativo de 2006, quando apoiou um protesto de trabalhadores terceirizados e foi acusado de "desvio da função sindical". "A demissão é perseguição política", diz.
Fonte: UOL
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