Infância Urgente

segunda-feira, 29 de junho de 2009

VIOLÊNCIA SEXUAL Fuja dessa armadilha

Para prevenir abusos, pais devem orientar os filhos e ficar atentos a mudanças de comportamento deles

BLUMENAU - O constante diálogo entre pais e filhos é a principal ferramenta apontada por especialistas para evitar o abuso sexual contra crianças e adolescentes. Saber sobre a rotina da filha, ensiná-la a cuidar do próprio corpo e conversar sem receio sobre sexualidade ajudam a proteger os menores da violência infantil. A preocupação veio à tona com a investigação policial que acabou na prisão do frei Ângelo Chiarelli, 64 anos, dia 19 em Rio do Sul. Ele confessou à RBS TV Blumenau, semana passada, que trocava mensagens sexuais e acariciava os seios de uma menina de 13 anos. Ontem, em respeito ao prazo legal, a delegada Karla Bastos Miguel encerrou o inquérito.

– O abusador usa de várias artimanhas para envolver a adolescente, que acaba seduzida para não perder o carinho. Quem tem que saber o que não pode fazer é o adulto – afirma Vanessa Raquel Cardoso, assistente social e coordenadora do Programa Sentinela, que atende crianças e adolescentes vítimas de violência física e sexual.

Dúvidas devem ser respondidas abertamente pelos pais

A psicóloga Christine Gabel lembra que muitos pais sentem dificuldade em conversar sobre sexo com os filhos. No entanto, uma hora ou outra a criança vai questionar e é muito importante que não fique sem resposta. O que não pode, segundo a especialista, é deixar que a escola assuma o papel de responder as dúvidas. Para facilitar a comunicação, os adultos podem contar com a ajuda de livros, filmes e especialistas.

– Não pode ter vergonha. Entre dois e três anos as crianças já percebem as diferenças entre os sexos. Aos cinco, descobrem outras diferenças. E a partir dos nove, é importante que tenham recebido orientações sexuais. Principalmente as meninas, que começam com as transformações no corpo – ensina a psicóloga.

Mudanças de comportamento, como perda do sono, medo excessivo, agressividade, alterações de apetite e isolamento são indícios de que a criança é vítima de violência. Perceber se a criança chega em casa com presentes ou dinheiro também é uma evidência. Segundo a psicóloga, as consequências em uma criança ou adolescente abusada podem ser carregadas para a vida toda. Entre elas, está a dificuldade em manter uma relação afetiva mais próxima, autoestima rebaixada, além da dificuldade na vida amorosa e sexual.

isabela.kiesel@santa.com.br
ISABELA KIESEL
Como dialogar
- Entre 18 meses e 3 anos, ensine a ele ou ela o nome das partes do corpo
- Entre 3 e 5 anos, converse com eles sobre as partes privadas do corpo (aquelas cobertas pela roupa de banho) e também como dizer não. Fale sobre a diferença entre “o bom toque e o mau toque”
- Após os 5 anos a criança deve ser bem orientada sobre sua segurança pessoal e alertada sobre as principais situações de risco
- Após os 9 anos deve ser iniciada a discussão sobre os conceitos e as regras de conduta sexual que são aceitas pela família e fatos básicos da reprodução humana

Fonte: Jornal de Santa Catarina

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