Apesar de reconhecer avanços, há dificuldades nas áreas mais pobres.
Atualmente 26 milhões de estudantes entre 7 e 14 anos estão matriculados.
Robson Bonin Do G1, em Brasília
As desigualdades sociais afastam das escolas brasileiras atualmente cerca de 680 mil crianças entre 7 e 14 anos em todo o país. Apesar disso, relatório divulgado nesta terça-feira (9) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em Brasília, mostra que o Brasil está muito próximo de universalizar o acesso à educação.
Batizado de “Situação da Infância e da Adolescência Brasileira 2009 - O Direito de Aprender: Potencializar Avanços e Reduzir Desigualdades”, o relatório revela que 97,6% das crianças nessa faixa etária estão matriculadas na rede de Ensino Médio, o correspondente a 26 milhões de estudantes.
Mas a falta de um atendimento diferenciado, que contemple as diferentes realidades sociais brasileiras, acaba afastando um número considerável de crianças do direito à educação.
O relatório conclui que o país obteve importantes avanços nos indicadores de acesso, aprendizagem, permanência e conclusão do Ensino Básico. A análise, no entanto, mostra que as desigualdades sociais dificultam a educação nas regiões do Semiárido, da Amazônia Legal e nas comunidades populares dos centros urbanos.
“A capacidade demonstrada pelo país de melhorar esses indicadores é que nos permite afirmar que é possível, sim, universalizar o direto de aprender para todas as crianças e adolescentes no Brasil”, registra o Unicef.
Inédito, o documento relaciona informações sobre acesso, permanência, aprendizagem e conclusão da Educação Básica entre os alunos. A partir desses dados, o Unicef trilha o cenário de avanços e de desigualdades do sistema de ensino brasileiro.
Analisando fatores como cor da pele, idade e região, o estudo também diagnostica que 66% das 680 mil crianças que estão fora da sala de aula são negras, o que corresponde a 450 mil crianças.
Entre crianças de 3 anos, o atendimento aumentou de 7,6%, em 1995, para 17,1%, em 2007. Nesse mesmo período, entre crianças de 4 a 6 anos, o número subiu de 53,5% para 77,6%.
Na região Norte do país, 3,8% das crianças estão fora da escola. O percentual é o dobro do registrado na região Sudeste: 1,9%.
“Recomendamos que a abordagem seja sistêmica, com prazos e metas específicas para cada momento do ciclo da criança”, argumenta a representante do Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier, que sugere um investimento de 8% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação.
Fonte:G1
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