Infância Urgente

sábado, 13 de junho de 2009

Relatório do Unicef mostra que país está próximo de universalizar educação

Apesar de reconhecer avanços, há dificuldades nas áreas mais pobres.
Atualmente 26 milhões de estudantes entre 7 e 14 anos estão matriculados.

Robson Bonin Do G1, em Brasília

As desigualdades sociais afastam das escolas brasileiras atualmente cerca de 680 mil crianças entre 7 e 14 anos em todo o país. Apesar disso, relatório divulgado nesta terça-feira (9) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em Brasília, mostra que o Brasil está muito próximo de universalizar o acesso à educação.

Batizado de “Situação da Infância e da Adolescência Brasileira 2009 - O Direito de Aprender: Potencializar Avanços e Reduzir Desigualdades”, o relatório revela que 97,6% das crianças nessa faixa etária estão matriculadas na rede de Ensino Médio, o correspondente a 26 milhões de estudantes.



Mas a falta de um atendimento diferenciado, que contemple as diferentes realidades sociais brasileiras, acaba afastando um número considerável de crianças do direito à educação.

O relatório conclui que o país obteve importantes avanços nos indicadores de acesso, aprendizagem, permanência e conclusão do Ensino Básico. A análise, no entanto, mostra que as desigualdades sociais dificultam a educação nas regiões do Semiárido, da Amazônia Legal e nas comunidades populares dos centros urbanos.

“A capacidade demonstrada pelo país de melhorar esses indicadores é que nos permite afirmar que é possível, sim, universalizar o direto de aprender para todas as crianças e adolescentes no Brasil”, registra o Unicef.

Inédito, o documento relaciona informações sobre acesso, permanência, aprendizagem e conclusão da Educação Básica entre os alunos. A partir desses dados, o Unicef trilha o cenário de avanços e de desigualdades do sistema de ensino brasileiro.

Analisando fatores como cor da pele, idade e região, o estudo também diagnostica que 66% das 680 mil crianças que estão fora da sala de aula são negras, o que corresponde a 450 mil crianças.

Entre crianças de 3 anos, o atendimento aumentou de 7,6%, em 1995, para 17,1%, em 2007. Nesse mesmo período, entre crianças de 4 a 6 anos, o número subiu de 53,5% para 77,6%.

Na região Norte do país, 3,8% das crianças estão fora da escola. O percentual é o dobro do registrado na região Sudeste: 1,9%.

“Recomendamos que a abordagem seja sistêmica, com prazos e metas específicas para cada momento do ciclo da criança”, argumenta a representante do Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier, que sugere um investimento de 8% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação.

Fonte:G1

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