Esses são aqueles depositos de crianças conveniados, depois que a prefeitura fez o Termod e Ajuste de Conduta com o Ministério Público.
ADRIANA FERRAZ
do Agora
Uma criança de cinco meses morreu nesta segunda-feira (16), por volta das 14h, em uma creche conveniada à Prefeitura de São Paulo, na Vila Manchester (zona leste de SP). Suellen Moreira da Silva foi levada por funcionários do Espaço da Comunidade 3 --coordenada pela Igreja Evangélica Comunidade da Graça-- ao posto de saúde do bairro, já sem vida. Até as 22h, o corpo não havia sido levado ao IML (Instituto Médico Legal).
De acordo com pacientes que aguardavam atendimento na UBS (Unidade Básica de Saúde) Dr. Arlindo Gennari, a criança chegou com o lábio roxo e com sangue no nariz.
Os pais só foram comunicados no final da tarde e por parentes. Nenhum funcionário da creche ou da prefeitura ligou para a família para avisar o que havia acontecido.
"Um primo soube que minha filha tinha sido levada ao posto e me ligou. Quando cheguei, disseram que ela tinha morrido, mas ninguém falou o motivo", disse o pai, Antônio Souza Silva, 39 anos.
A família acusa a creche de negligência e descaso. "Por que não ligaram para contar? Minha mulher foi até a escola buscar a Suellen no fim da tarde e aí que falaram que ela estava no posto. Um funcionário teve a coragem de me dizer que esqueceram de ligar pra gente", contou Silva.
Na porta da UBS, moradores do bairro e parentes da família mostravam-se indignados com a morte do bebê "Eles [funcionários da creche] nem levaram a menina para o pronto-socorro. Será que não viram o que estava acontecendo? Ela estava ótima ontem, dando risada. Agora está morta. Por quê?", perguntava a madrinha Lúcia Silva Garcia.
Causa da morte
Como o boletim de ocorrência só foi feito por volta das 18h --quando a família procurou a polícia para informar a morte da criança--, tanto a perícia técnica quanto o exame do IML atrasaram. Peritos entraram na creche às 21h20 e, após oito horas, o corpo da menina não havia sido encaminhado ao IML.
Na UBS, investigadores do 31º DP --onde o caso foi registrado-- não comentaram as possíveis causas da morte. Disseram apenas que, aparentemente, não havia sinais de agressão no corpo da criança.
O pai acredita que os funcionários eram despreparados para cuidar de bebês, mas também revelou que a filha já havia sido hospitalizada por apresentar refluxo (quando o bebê devolve o leite após mamar). Nesse caso, a criança pode morrer sufocada ou engasgada com o próprio vômito. Nenhuma hipótese está descartada, de acordo com a polícia.
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