Do UOL Notícias
Em São Paulo
A Polícia Federal deu início na manhã desta sexta-feira a uma operação para desarticular uma quadrilha acusada de aliciar imigrantes ilegais chineses para o trabalho escravo no Brasil. A chamada operação "Da Shan" deteve 11 'coiotes' (pessoas responsáveis pela entrada dos estrangeiros) em Rondônia e o líder do grupo, o chinês Zhu Ming Wen, conhecido como Tony, em São Paulo.
Também na capital paulista, os policiais conduziram a operação na região da rua 25 de Março, no centro de São Paulo. Cerca de 40 imigrantes ilegais chineses, que trabalhavam como escravos na região, foram levados à sede da PF e prestam depoimento. De acordo com a PF, os estrangeiros chegaram a Rondônia ilegalmente pela fronteira com a Bolívia, através dos coiotes, e foram enviados a São Paulo.
A Justiça Federal expediu 14 mandados de prisão preventiva e 24 mandados de busca apreensão a serem cumpridos em Porto Velho (RO), Guajará-Mirim (RO), São Paulo e Recife (PE).
De acordo com a PF, a maioria dos chineses vêm da província de Fujian. A rota usada costumava passar pela Holanda, Peru, Equador, Bolívia e Brasil. Zhu Ming Wen, além de controlar a chegada dos chineses no país, também é acusado de enviar mercadoria contrabandeada de São Paulo para Recife.
Segundo a PF, o nome da operação significa "grande montanha" e denomina a região sul da província de Fujian.
Os integrantes da organização criminosa deverão responder por formação de quadrilha e por manter trabalhadores em condições análogas à escravidão, com penas que podem chegar a 11 anos de prisão.
Organização internacional
As investigações da PF começaram em 2008, a partir de prisões em flagrantes realizadas em Rondônia, nos municípios de Porto Velho, Ji-Paraná e Vilhena. De acordo com a PF, as prisões revelaram que um grande número de chineses entravam e permaneciam ilegalmente no país, através de Rondônia.
A PF ainda afirma ter identificado uma organização criminosa internacional voltada para o tráfico de pessoas. O grupo seria liderado por uma cidadã paraguaia, que atuava em seu país e na Bolívia. Ela foi presa este ano em Foz do Iguaçu, ao entrar no Brasil com vários chineses.
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